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A Terapia de Rejeição está Viralizando no TikTok: Entenda a Tendência e o que os Especialistas Recomendam

Faça seu corpo trabalhar para você!
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A tendência da “terapia de rejeição” vem ganhando cada vez mais espaço nas redes sociais, especialmente no TikTok. Influenciadores e usuários têm explorado essa prática, que envolve realizar pedidos inusitados e inesperados a estranhos, onde a resposta “não” é altamente provável. O objetivo? Encarar a sensação de rejeição, lidar com o medo de ouvir um “não” e, no processo, desenvolver mais segurança pessoal. Mas o que os profissionais de saúde mental têm a dizer sobre essa tendência e como ela pode ser realizada de maneira segura e produtiva?

Como Funciona a Terapia de Rejeição?

A prática da terapia de rejeição envolve fazer perguntas ou pedidos para desconhecidos que quase certamente irão recusar. Para quem participa, o foco está em ganhar confiança para enfrentar situações desconfortáveis, em vez de realmente conseguir o que pede. A prática é uma espécie de terapia de exposição, que tem o objetivo de enfrentar gradualmente situações que provocam ansiedade.

A coach de relacionamentos Michelle Panning, que compartilha dicas sobre vida, amor e autoconfiança nas redes sociais, decidiu experimentar a terapia de rejeição após assistir a uma palestra no TEDx com Jia Jiang. Jiang, autor do blog “100 dias de rejeição”, iniciou a prática após se inspirar em um jogo de cartas criado pelo empreendedor Jason Comey, que estimula as pessoas a fazerem pedidos inusitados e enfrentar o “não” como algo rotineiro. Desde então, muitos usuários, como Panning, passaram a encarar desafios diários em busca de reações sinceras e, em muitos casos, um “não” direto.

Durante seus 30 dias de desafio, Panning fez diversos pedidos estranhos, como perguntar a um desconhecido se poderia emprestar $100, pedir a funcionários de lojas para fazer parte do mostruário como um “manequim vivo” ou até pedir para tirar um cochilo em uma cama de exposição. No início, Michelle relata que se sentia ansiosa, mas ao final dos 30 dias, já estava confortável para fazer os pedidos mais inusitados. Ela também descobriu que, surpreendentemente, algumas pessoas disseram “sim” a alguns de seus pedidos mais inesperados.

Benefícios e Limites da Terapia de Rejeição

A prática da terapia de rejeição pode, de fato, proporcionar alguns benefícios. Segundo o psicólogo clínico Dr. Taylor Wilmer, especialista em terapia de exposição, essa tendência pode ser um exercício útil para aqueles que têm níveis leves a moderados de ansiedade. A prática serve para confrontar o desconforto, mostrando que o “não” pode não ser tão aterrorizante quanto parece. Ele observa, no entanto, que a prática deve ser feita de forma consciente e respeitosa, para que ambas as partes envolvidas se sintam confortáveis.

Outra profissional que observa a tendência com bons olhos, mas também com ressalvas, é a psicoterapeuta Jourdan Travers. Ela alerta que a prática de terapia de rejeição é mais adequada para aqueles que já possuem um certo controle sobre sua ansiedade. Para quem enfrenta um quadro mais severo, o ideal é trabalhar esses sentimentos com um profissional de saúde mental, que pode orientar na superação do medo de rejeição de maneira mais gradual e controlada.

Enfrentando o Medo da Rejeição

A terapia de exposição, na qual o paciente é gradualmente colocado em contato com situações que lhe causam desconforto, é uma prática comum na psicologia clínica. A ideia é que, ao se familiarizar com esses cenários, a pessoa possa entender e gerenciar melhor seus sentimentos de ansiedade, em vez de evitá-los. Evitar situações que causam medo ou desconforto pode até agravar a ansiedade, segundo Travers. E, para ela, esse processo é uma oportunidade de se conhecer melhor e de se permitir descobrir que certas emoções, como o nervosismo ou a ansiedade, fazem parte da experiência humana.

Ainda assim, é importante diferenciar as pequenas rejeições cotidianas daquelas que impactam áreas significativas, como a vida profissional e afetiva. Por exemplo, rejeições como não conseguir o emprego dos sonhos ou enfrentar um término amoroso têm um peso emocional diferente das respostas que a terapia de rejeição socialmente provocada tenta buscar. Enquanto a rejeição planejada traz certa leveza e um controle sobre o momento, as rejeições mais naturais, que ocorrem sem expectativa, podem causar mais sofrimento e requerem atenção especial.

Wilmer explica que as rejeições simuladas nas mídias sociais não substituem os desafios emocionais de rejeições autênticas, mas que essa prática pode ajudar a reduzir o medo inicial. Enfrentar esses momentos de “não” ajuda a mostrar que as respostas negativas não são tão terríveis quanto nossos cérebros ansiosos nos levam a imaginar.

Desafios da Tendência e Considerações Éticas

Para quem quer experimentar a terapia de rejeição, o autor da prática, Jia Jiang, sugere que é importante definir limites para garantir que as interações sejam seguras e respeitosas. A ideia é se expor à rejeição sem forçar uma situação que possa gerar desconforto para o outro. Jiang aponta que é fundamental considerar o outro na interação e manter o foco na experiência de receber o “não” sem se importar realmente com a resposta.

Além disso, Travers observa que, embora a tendência possa ser útil para algumas pessoas, há situações em que um profissional de saúde mental é mais indicado. Quem se sente paralisado pelo medo da rejeição ou incapaz de realizar atividades diárias por causa da ansiedade deve considerar o apoio de um terapeuta para desenvolver ferramentas adequadas para gerenciar seus sentimentos.

Wilmer também lembra que, enquanto algumas pessoas podem se sentir fortalecidas ao se desafiarem socialmente, para outras a pressão adicional da exposição pública nas redes sociais pode ser prejudicial. Ele sugere que, para aqueles que estão tentando superar a ansiedade de maneira saudável, é essencial avaliar o nível de desconforto e praticar a terapia de rejeição dentro dos próprios limites, sem ultrapassar o que consideram seguro e confortável.

Conclusão: Terapia de Rejeição, Autoconhecimento e Saúde Mental

A terapia de rejeição tem ganhado popularidade por promover uma interação leve e encorajadora com o medo do “não”. Para muitos, ela representa uma ferramenta poderosa para desenvolver autoconfiança e habilidades de comunicação. Enfrentar pequenas rejeições cotidianas pode mostrar que esses “nãos” têm um impacto menor do que parece, e que encarar essas situações pode ser libertador.

Para aqueles que desejam experimentar a terapia de rejeição, é importante seguir alguns passos: definir limites saudáveis, abordar as interações de forma respeitosa e respeitar o espaço pessoal dos outros. A prática é uma ferramenta valiosa para lidar com a ansiedade, mas deve ser usada com consciência para garantir que a experiência seja positiva para ambos os envolvidos.

Em última análise, a terapia de rejeição pode ser uma porta de entrada para entender e gerenciar os sentimentos de insegurança e nervosismo. Em sua essência, a prática nos lembra de que o “não” faz parte da vida e que encarar esses momentos pode nos ajudar a viver de forma mais autêntica e segura. Seja por meio das redes sociais ou em conversas com profissionais de saúde mental, enfrentar o medo da rejeição pode ser uma estratégia poderosa para aumentar a resiliência emocional e o bem-estar.

 

FONTE: CNN

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